quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Herod – Umbra


Herod – Umbra

Já faz algum tempo que quando eu quero ouvir um álbum novo, eu entro no meu carro sem destino certo, aperto play e sigo sem rumo.

O centro vazio de Pindamonhangaba e a música “Penumbra" poderia passar despercebida. No entanto o efeito é hipnótico e crescente me leva num mundo escuro e desolador de um céu sem estrelas e sem lua e, por duas vezes seguidas eu vi o Planeta Marte passar diante dos meus olhos, e, somente uma freada brusca de um Honda Civic me fez voltar a realidade.

  
Encostamento urgente, um brutamonte aproximou-se, era o dono do Honda Civic querendo me espancar. Explicar pra ele que música que rolava no aparelho do meu carro era a grande culpada soaria um tanto ingênuo. Pra piorar a situação um motoqueiro com a camiseta do Ramones me acusou de ter atravessado dois sinais vermelhos... Porra, não era Marte.




Chutaram o meu carro quando decidi sair queimando os pneus, não olhei pro retrovisor quando engatava a segunda marcha e a lombada quase quebrou o amortecedor do meu carro.

Collapse” -  é uma música imprudente quando se está no volante, é uma música que faz você pisar não se importando com a curva sinuosa que se aproxima. Ultrapassar pela o direita ou esquerda é o menos importante, o vento que entra faz onda depois vai embora, as luzes das ruas é apenas risco luminoso continuo.




Marte de novo e, um pedestre ecoando em meus ouvidos:
_Filho da putaaaaaaaaaaaaaaaaaa.




Parei no encostamento com a sensação de experienciar uma missão no GTA 5. Acendi um cigarro com o coração pulsando a mil. Precisava me acalmar e a introdução da música Limbo traz a calmaria, o vento suave no rosto, eu até reparei o aparecimento de algumas estrelas no céu, a coruja atenta no pico de um poste de luz.  Porém a calmaria dura apenas 49 segundos exatos. Tudo culpa do perturbado Jair Naves que irrompeu o silencio:

Tateando sem folego e sem direção...

Esbraveja.

Jair insano, Jair demente, Jair amalucado, Jair aluado... Jair Naves
Solto o freio de mão, seta para esquerda.
Jair insano, Jair demente, Jair amalucado, Jair aluado... Jair Naves.

Blinder – A menos sombria, a quase pop, se pop fosse derivado de melancolia e, se a melancolia fosse palpável. Eu rio olhando para o retrovisor, a minha vida está logo atrás, sem graça e abatida. Eu, sem vida tamborilo os dedos acompanhando a canção. Minha vida me segue sem direção. Repentinamente entro pela contramão, viro a direita e pela terceira vez estaciono, minha vida estaciona atrás.
Saio do carro e Lumia fica quase inaudível com as portas do carro fechadas. 


Herod

Agora sim eu vejo a lua plena e reluzente.
“A lua é o sol da noite” frase elaborada no ultimo trago do cigarro, no termino de um olhar, no fim de suspiro profundo,
Bem, já estou em Antumbra um zunido persistente, um perfeito transe para minha cabeça, erro a marcha e acelero, passo por cima de minha vida que estava estacionada logo atrás e o zunido continua, microfonias elaboradas mas, ainda microfonias desajustadas que libera em mim a síndrome do narcisismo maligno.



Umbra é o falso calmante, relaxa nos primeiros acordes, alivia tensão e cria falsa expectativa que não é tão sombrio, Mentira desvendada, Umbra apresenta um mundo sombrio sem apetrechos e sem exageros. Um mergulho num lago escuro no meio da noite. Há borbulhas pelo o lago inteiro, há barcos e salva-vidas de plantão, mergulhadores, lanternas acesas, há familiares em volta do lago com seus Androids 4.0 emitindo informações. Porém o que temos são borbulhas apenas borbulhas no lago escuro no meio da noite...








Jake Bugg - What Doesn't Kill You ( Single 2013)


terça-feira, 24 de setembro de 2013

terça-feira, 17 de setembro de 2013

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