domingo, 24 de dezembro de 2017

Eu, o cachorro e Sophia com PH


Vi uma moça balançando uma criança no colo e, isto me deixou um tanto triste devido uma lembrança de uma época que era muito feliz. Continuei o meu caminho deslizando minha mão direita pela grade de uma escola, uma senhora me pediu esmola na calçada eu fingi que não enxerguei, meu coração estava fora de ritmo, sudorese e visão embaçada. Sem rumo andando pelas ruas do centro, vertigens me fazia segurar em algum poste pra não cair, transeuntes me olhavam assustados, trocavam de calçada só pra não passar perto de mim. Confesso que eu estava vivendo mais tempo acordado nos bares que na minha própria casa. Sentia me inútil, com os cotovelos no balcão e minha cabeça apoiada nas mãos. A Dona do bar, uma mulher de meia idade, chinesa que tinha uma certa dificuldade pra falar em português, sempre que testemunhava aquela cena dizia:
_Vai pra casa, você é uma cara bom, não se parece com nenhum frequentador daqui. Vai descansar.
Sai do bar sem nenhuma vontade de chegar em casa, a cada passo que eu dava parecia que tudo tremia: a calçada, os carros, as casas, os postes, a senhora que ainda pedia esmola. Pensei em deitar na calçada mas, me veio em pensamentos os conselhos de minha mãe e, em passos lentos eu consegui chegar em casa. O cachorro estava faminto, abanava o rabo com alegria mesmo ficando horas sem comer. Abri o portão e desabei na varanda, o cachorro estava todo feliz pulando em cima de mim.


Mas, minutos depois eu me estressei com o cachorro, palavras de baixo escalão num grito raivoso, irrompendo toda sua alegria, ele apenas abanou o rabo vagarosamente sem aquela alegria de antes. Meu cachorro parece entender tudo o que ocorre em minha vida, parece que ele sabe que eu não estou bem, já não late como antes, e, eu já não o levo para passear comigo como nos primeiros dias que ele chegou aqui. Até o seu banho que deixava-o tão feliz tornou-se escasso. Ainda assim ele sempre me observa de longe, acompanha todos os meus movimentos e, quando eu saio deixando ele trancado, eu ouço seu choro lá da esquina, acho que ele tem medo que eu nunca mais volte.
Acendi a luz da sala, o meu colchão no chão é testemunho que eu não conseguia mais dormir no quarto, cinzas de cigarros, garrafas de vinho, livros e a televisão que eu esqueci ligada. Fui pra cozinha, um amontoado de louças na pia, a lixeira lotada de latinhas de cerveja, teias de aranha no canto do teto. Apoiei me na mesa pra não cair, vertigem de um mundo que aos poucos iam deixando de existir mas, que eu vivi com muita intensidade. Abri a geladeira não havia frutas, não havia leite e nem agua. Peguei uma latinha cerveja e sentei no chão de pisos tortos e, recortes irregulares. O cachorro uivava, uma espécie de choro querendo entrar insistentemente, batia as patas na porta da cozinha. Ouvi o vizinho proliferar um palavrão:
_Puta que pariu, agora essa praga de cachorro não que fica quieto.


Acordei com alguém me chamando, o cachorro continuava latindo, a latinha de cerveja caiu no piso da cozinha de piso irregulares, apoiei me na pia pra me levantar. Ainda estava tudo girando, alguém continuava a berrar meu nome do outro do portão. O cachorro latindo e tudo girando. Eu já tive dias melhores aqui nesta casa mas, também está tudo se apagando da minha memória, a cada dia que passa vai sumindo os sorrisos, as vozes e os gestos, vai ficando apenas as trincas nas paredes.
Eu consegui chegar até a porta me apoiando nas paredes, quando sai o cachorro pulava em minha direção e, com o punho fechado desferi um golpe direto, quase nocauteando, ele ainda me olhava com carinho encostado no pneu do carro na garagem.
_”Caraio” tá surdo, tô meia hora te chamando.
É Sophia com ph. Conheci Sophia alguns meses atrás, num barzinho do centro da cidade. Eu tinha acabado de sair de um relacionamento, Sophia de vários mas, os nossos olhos se encontraram e, depois da terceira cerveja ela já estava na minha mesa, para duas horas depois estar em cima da minha cama. Somente depois do sexo que, pra mim era uma espécie de alivio, conversamos. Descobri que ela realmente não tinha nada ver comigo porém, tinha um corpo espetacular, um belo sorriso e olhos castanhos profundos. Mas, e daí??? Eu estava sem ninguém, sem rumo nenhum, tentando entender coisas sem explicações e, Sophia falava o tempo todo, cada coisa absurda sem nexo nenhum mas, eu ria segurando seus seios enormes com minha mão direita e acariciando o seu piercing no umbigo com minha mão esquerda. Sophia era enigmática as vezes ela sumia diante dos meus olhos e, reaparecia sorrindo atrás de mim, outrora desaparecia por dias depois voltava como uma doida varrida. Sophia tornou-se nos meses seguintes o meu segundo inferno:
_Fala Sophia – Deixei o portão entreaberto.
_Tô precisando de dinheiro.
_Eu não tenho dinheiro agora.
Sophia tentava me seduzir a qualquer preço, ergueu o seu topzinho crochet e deixando os seios enorme de fora, fingi não enxergar e ser forte, nenhuma “noinha” em nome de Jesus iria me seduzir naquela noite. E, por um momento eu conseguia ser forte mas, um simples olhar de soslaio fazia a batida do meu coração acelerar, o cachorro pressentia o perigo mesmo ferido se levantou e começou a latir raivosamente para Sophia, mostrando os dentes afiados com um desejo enorme de morde-la. Sophia amedrontada abaixou o topzinho crochet e, eu enlouquecido com tudo aquilo chutei o cachorro.


Sophia gritou num desabafo e assustada:
_Esse cachorro é do mal. Você tem que dar um fim nesse cachorro Roberval, ele vai acabar mordendo alguém a qualquer hora.
Olhei pro cachorro com pensamentos perversos como abandona-lo em uma rua qualquer ou entrega-lo para adoção. Porém, por mais pirado que a vida tivesse me deixado nesses últimos meses, eu conseguia ver mais dignidade no olhar do meu cachorro que nos olhos castanhos profundos da Sophia aliás, eu conseguia ver mais dignidade no olhar do meu cachorro do que qualquer pessoa que eu tenho encontrado nesses últimos meses.
 Com a cabeça baixa pro meu cachorro eu convidei Sophia pra entrar e, nada mais que vinte minutos e cinquenta reais pra que Sophia fosse embora toda sorridente. Fechei o portão e olhei para cachorro e gritei:
_ Porque você tá me olhando assim pra mim porra? Porque você olha assim pra mim? Desgraçado, “mardito”, vai puta que pariu.



E o cachorro mesmo que sentado só abanava o rabo na minha direção. Senti ódio do meu cachorro, senti ódio de Sophia, senti ódio de todo mundo e um desejo enorme de desaparecer.
Levei o colchão para quarto e, fui dormir no sofá na sala com cheiro de Sophia impregnado no meu corpo, uma mistura de perfume da Avon “Luiza Brunet”, com cigarros baratos. Tinha pesadelos constantes durante a noite naqueles últimos meses, sentia que meu corpo levitava pela casa inteira, acordava assustado as vezes no banheiro, outrora na cozinha.
Como eu ia parar nesses lugares? Eu não tinha respostas?
 Naquela noite que Sophia foi embora eu acordei no banheiro, ainda com olhos embaçados fui para sala enxerguei na minha frente um casal velho me encarando sentados no sofá, com o corpo todo arrepiado, e, com duas mãos esfreguei meus olhos freneticamente, abri meus os olhos e o casal de velho não estava mais ali.
Era exatamente três horas da madrugada quando olhei no relógio de parede, acendi a luz da varanda, espiei pelo vitro, o cachorro estava pulando de alegria, brincando com algum ser invisível, nem me deu atenção, nem mesmo quando o chamei pelo nome. Voltei meu olhar para o sofá, e, novamente o casal de velhos estava em cima me encarando.
Com uma fúria desproporcional joguei o sofá no quintal, espalhei álcool em cima e ateei fogo que, alastrou-se rapidamente, somente nesse momento que o cachorro aproximou-se, e começou a latir ferozmente, vozes do vizinho proliferaram novos palavrões:
_Desgraça. Porra do inferno. Tá querendo colocar fogo na casa.
Por sorte ninguém denunciou, ficamos ali até fogo acabar eu, e o cachorro. Quando adentrei o sol já estava pra nascer, fui direto para o quarto, estava cansado que desmaiei na cama. Acordei atordoado com o sol do meio dia, a sala sem o sofá me causou uma certa estranheza, fiquei ali um tempo com olhar paralisando um, talvez dois minutos até o cachorro latir do lado de fora. Abri a porta e levei um susto tremendo, não havia nenhum vestígios da fogueira, nem cinzas do sofá, o quintal estava organizado e limpo, a vizinha do outro lado em cima de uma cadeira podava suas samambaias métricas, olhou afetuosamente em minha direção e sorriu, respondi com um balançar de cabeça sem entender nada.




Os dias passaram e o casal de velho nunca mais apareceu e, Sophia nunca mais voltou, as vezes tenho convicção que ela nunca existiu, que tudo foi um surto de alucinação, que nada aconteceu, só os dias que se passaram e a primavera já havia terminado.





domingo, 3 de dezembro de 2017

RAKTA - Oculto Pelos Seres 7"


Li numa critica super recomendado e, na vontade desesperada de ouvir coisa nova baixei, transferi para o celular, coloquei na mesa de cabeceira e deitei. A noite era silenciosa, de poucas de estrelas, a lua parecia um sorriso tímido, mantive a janela aberta e apertei o play do celular... A musica "Intro" é bem louca, feito um vendaval ferindo os emaranhados condutores de energia, o meu abajur flerta entre a escuridão e a luz artificial, os meus olhos quase semicerrados. A musica é curta mas, é suficiente pra deixar o meu "eu", fugir de mim...




...Não é a curva do Rio, não são as cores dos pássaros, não é sobre ela deitar-se no meu colo num dia melancólico, não é sobre beijos que as línguas não se tocam, não é fugindo dos olhares alheios, não é fingindo novos sentimentos e esquecendo dos velhos. A ladeira é mais íngreme do que parece quando subimos e não pronunciamos nenhuma palavra, estamos sem fôlegos e com os lábios ressecados, o meu coração está disparado e, você sorri na minha direção sem ligar para os pingos da chuva.
Trago comigo malas carregadas de decepções, de sonhos frustrados e desilusões. Trago um enorme vazio no olhar, a insônia, mudanças repentinas de comportamento. Eu ouço vozes, sorrisos e choro dentro da minha cabeça e, ela nem se importa quando a ameaça da chuva vai embora, não compreende o significado do meu silencio e, quando os pombos nos rodeiam na Praça Central, ela atira pipocas na direção deles, toda feliz e me questiona:
_Tá sério por quê?
Então, eu respondo:
_Já fazem meses que não tem agua no chafariz.
_Nossa, só por isso você está sério?
_Também por isso.


O vendaval continua feito uma trilha sonora, há faíscas de fogos quando os galhos de uma arvore gigantesca entra atrito com emaranhado de fios elétricos. Abruptamente tudo fica escuro, a musica cessa sem nenhum aviso prévio... Num relance eu acordo assustado, o ateísmo vai embora enquanto me benzo, estou suado e febril porém, meus olhos fecham novamente.



Levantamos causando a revoada dos pombos, caminhamos sobre as flores da Sibipiruna feito um grande tapete amarelo, o vento forte bagunçou os cabelos dela. Seguimos em silencio até a Rodoviária, ela me abraçou forte antes de adentrar no ônibus, retirei entre seus cabelos duas pequenas flores amarelas e, guardei no bolso da minha camisa. E, depois que ônibus partiu eu fiquei vagando por ali, como uma ideia fixa de embarcar para alguma cidade demarcada nos painéis eletrônicos porém, acabei indo para um balcão sujo e cheio de moscas, pastel de queijo e caldo de cana. No entanto o pior estava por vir, vozes me chamando pelo meu nome, na minha frente só uma chinesa dona do estabelecimento mexendo no seu celular. Mas, as vozes continuavam:
_Roberval, Roberval, Roberval, ... Aqui, aqui, ...

Sim, eram as moscas que estavam falando comigo, Fiquei incrédulo, belisquei meu braço esquerdo, inventei uma tosse repentina, um ônibus rumo a São Paulo Capital deu partida, um faxineiro varria o chão parou e olhou na minha direção. E, elas continuavam a chamar pelo meu nome, algumas em voos rasantes gritavam meu nome ao passarem perto do meu ouvido. Eu tentava atingi-las com tapas violentos que sempre terminavam no meu próprio rosto.

Foi nesse ínterim que surgiu em meus ouvidos a música "Rodeados pela Beleza", um barulho quase infernal, triturando todo aquele mal estar. todo aquele mundo surreal de moscas falantes, tudo se rebelando diante dos meus olhos. Tapas e mais tapas no meu próprio rosto, cada vez mais forte, desfigurando em meio a alucinações e desespero. Para ou bem ou para o mal aquela musica ficaria ressoando em minha cabeça durante muito tempo ainda.




_Moço, você está passando mal? Indagou a chinesa toda preocupada.
_Não – Respondi confuso, deixei o dinheiro no balcão e sai apressado todo assustado daquele local, dando tapas e mais tapas em meu próprio rosto, atravessei a Avenida, o semáforo estava no sinal vermelho, uma freada brusca do condutor do automóvel evitou o acidente porém, não dezenas de palavrões proliferadas pela sua boca torta envolvida por barba volumosa grisalha.
Encostei no poste sobre uma luz fraca de mercúrio, avistei um homem caminhando na calçada com as mãos dadas com seu filhinho, uma lágrima se formou rapidamente no olho meu esquerdo, o que reforça minha tese que o meu olho esquerdo é mais sentimental que meu olho direito. Não interceptei a lágrima, deixei rolar no meu rosto fazendo um percurso lento nas imperfeiçoes, marcas de acnes da adolescência, cicatrizes, rugas e a barba de dois dias. Alguns segundos depois veio a lágrima do meu olho direito, mais rápida obedecendo a trilha do meu sorriso torto. Vieram mais, dezenas delas feito peças de uma quebra cabeça que a luz de mercúrio fraca e precária, quase que não revelou na noite fria que tão rápido se formou, o rosto do meu filho feito no meio dos respingos de lagrimas no chão.



Então, do nada apareceu um cachorro vira-lata que do poste fez o seu mictório e, levou como uma correnteza amarelada e mal cheirosa todas as peças do meu quebra-cabeça. Eu sei que ninguém vai repor os meus dias ausente, ninguém ocupará o meu lugar, ninguém fará o meu papel, é um vazio que eu conheço bem, são dores quase insuportáveis na junção dos ossos.
Decidi retomar o caminho de volta pra casa porém, alguns passos depois eu ouço novamente o meu nome, olho para trás, era cachorro vira-lata que vinha na minha direção. Comecei a correr e, só depois de dois quarteirões resolvi olhar para trás, eu me assustei, agora era dezenas deles todos gritando pelo meu nome, aumentei a velocidade, o coração parecia que sair pela boca, avistei na frente um restaurante aberto, entrei quase sem folego e, encostei no balcão de costas com os cotovelos apoiado naquela pedra falsa e fria que, era constituído aquele balcão em formato em S. Com olhar assustado na direção da rua, pressupondo que dezenas de cachorros aparecessem ali, gritando pelo meu nome. Não, eles não apareceram.
Devagar os meus músculos foram relaxando, meus olhos deixaram de olhar fixamente para rua então, comecei a observar o ambiente que eu tinha entrado, um lugar cheio de mesas espalhadas pelos quatro cantos e, em cima de cada mesa uma lâmpada fosforescente centralizada, uma espécie de abajur ou coisa similar que, atraia muitos insetos. Meu ouvido também começou a detectar tudo e, um barulho que vinha atrás de mim, do outro lado balcão começou a me perturbar, foi quando realmente eu virei para um balcão. Quase morri de susto, uma grande libélula batendo suas grandes asas me encarava com seus olhos enormes, tinha o corpo de humano, pernas, braços, dedos... Tudo coberto por uma grossa escama preta, asas oriundas das costas e a cabeça vermelha gigantesca de uma libélula, fiquei paralisado por um longo tempo esperando a engrenagem do meu cérebro encaixarem os dentes e, somente quando a engrenagem começou a rodar eu testemunhei o que ao chegar não tinha observado, várias libélulas com o mesmo formato, o que mudava eram as cores das cabeças e das asas, todas sentadas com seus familiares ou amigos, alimentando-se dos insetos atraídos pelas luzes fosforescentes centralizadas da mesa.  

Confesso que foi nesse momento que ouvi a introdução "Atrativos da Mentira", algo me dizia que eu seria o próximo banquete, me lembro da voz desesperada Paula Rebellato apesar de não conseguir decifrar o que me dizia, era tudo perturbador, os olhos enxadrezados das libélulas tinha minha direção e a musica contribuía com o meu medo, eu senti um liquido quente descer por entre minhas pernas e a musica passou a ser o meu maior enfrentamento. Devolvi o meu olhar castanho aos olhares enxadrezados, amedrontados porém, fixos. Por alguns minutos antes que musica terminasse, eu me senti encorajado de verdade.




Tentei sair de fininha mais todas as libélulas levantaram voos das mesas vieram atrás de mim gritando meu nome, como se eu fosse um grande inseto para satisfazer a fome de todos ali, ouvia suas mandíbulas mexerem como se fosse uma grande serra elétrica aproximando do meu rosto, alcancei a saída do estabelecimento e logo percebi centenas cachorros na minha espera, comecei a correr novamente dos cachorros e das libélulas que levantaram voos em minha direção.
Por sorte havia um ônibus preste a sair alguns metros a minha frente, num salto espetacular fui direto para o terceiro degrau, suores transitavam pelo meu rosto, recuperei o fôlego antes que fechasse a porta porém, ao olhar para motorista percebi sua enorme cabeça de cavalo, com o paletó preto e gravata vermelha, crinas enormes, dentes pontiagudos e olhos verdes.

Desesperado saltei espetacularmente de volta a calçada, a trilha sonora agora era "Memoria do Futuro" aturdido com a música e com a perseguição fui em direção da avenida principal, um impacto forte de um automóvel me jogou longe. Moscas, cachorros, libélulas e o motorista com cara de cavalo foi tudo que eu pude testemunhar ao meu redor antes de fechar os meus olhos, ainda assim ouvia o zunido da música do RAKTA.



Zunido insistente e perturbador, a ventania agora num ritmo tribal, apocalipse sendo desvendado, a cavalaria do Exercito do anjo Miguel rumo a batalha contra Dragão. Eu estaria no céu ou no inferno? Uma luz tremula, ziguezagueava diante dos meus olhos, concentrei firmemente naquela luz imaginando ser uma entidade do bem ou do mal porém, alguns segundos depois eu percebi que era do meu celular vibrando, o despertador. Era a hora de trabalhar, comecei a rir sozinho, foi tudo sonho, um sonho muito louco.
Levantei e assustei, tinha libélula sem vida próximo ao abajur. Fui tomar um banho, tinha suado muito durante a noite, apressei em me vestir, já estava me atrasando porém, o meu sonho ainda estava em minha cabeça, tranquei o portão rapidamente e, caminhei para pegar o ônibus da empresa. Devo confessar que algo me incomodava no bolso de minha camisa, fui conferir, era duas pequenas flores amarelas da Subipiruna e, reparei também ao longe próximo onde eu pego o ônibus um aglomerado de cachorros.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...