Acabei de assistir
pela a Televisão o Show do Band of Horses
no Festival Lollapalooza, é a primeira vez que acontece esse Festival
idealizado Perry Farrel aqui no Brasil foi um grande Show.
Entre esperar a
apresentação do Foo Figthers e dar role, optei pela segunda.
Chave, carteira,
celular e fone de ouvido. Meu kit de sobrevivência para qualquer andança.Fecho
a porta, o portão, há vizinhos e crianças na calçada é curioso o jeito que eles
me olham como se eu fosse de um outro mundo, sorrio descontraído para eles que
me retribuem porém, uns quatros passos adiante consigo ouvir cochichos maldosos
sobre a minha pessoa. Deixa pra lá, eu não me importo.
Primeira parada a
Padaria que mais parece um boteco, bêbados caídos no chão, outro te pedindo um
real e outro que só querem pegar a sua mão. Uma lata cerveja e uma indecisão. Pra
onde ir?
Sei lá... Os melhores
clubes e bares estão apinhados de jovens com a idade do meu filho mais velho que
acham Foster the People é melhor banda do mundo e, você corre risco da garota
mais bonita te chamar de tiozão.
Ajeito o fone no
ouvido “First Aid Kid” The Lions Roar. Lembro-me dessas duas adolescentes do
Youtube fazendo cover do Fleet Foxes
Sei lá quando o nome
da musica é nome do álbum sobrecarrega a musica de uma responsabilidade
incrível como que ela (musica) fosse o
resumo do álbum em si.
De ônibus rumo ao
centro na cidade, eu me assento perto da janela, à escuridão da noite é
semelhante à escuridão de dentro de mim, há luzes fracas que mal ilumina as
ruas, há traficantes, prostituições, há violência e algumas estrelas.
Ponto final, ganho as
ruas do centro, cidade dos carrinhos de hambúrguer, dos cachorros abandonados e
dos craqueiros. Bar do Chinês apinhado de desiludidos, de mulheres que traem, de
empresários falidos, de artistas frustrados, de trombadinhas, gays e lesbicas.
Parece que tudo que não presta ou deu errado na vida são fregueses assíduos
desse bar.
Peço uma cerveja, Shin
o chinês já me conhece, pede gestualmente pra tirar o fone e, num português
quase indecifrável ele pergunta como estou, sem se importar como minha resposta “se
estou bem ou mal” ele sai rapidamente pra atender outra pessoa, o negocio do
Shin é dinheiro.
Do meu lado esquerdo,
perto do banheiro, duas meninas lindas no auge da volúpia se beijam num frenesi
doido que meus olhos não conseguem fugir e nem fingir. Outra cerveja, um artista
frustrado aproxima de minha mesa e outra vez, sinto-me obrigado a tirar o fone
dos ouvidos. Ele me mostra uma xilogravura do The White Stripes... Já vi
xilogravura de Raul Seixas, Jesus Cristo, Kurt Cobain e até mesmo do Eddie
Vedder... Porém do The White Stripes? Quem iria comprar uma xilogravura do The
White Stripes?
Quanto custa?
Perguntei.
Estava disposto a
pagar cinquenta reais naquela maravilha.
_Tiozão... Paga litrão
de Skol já era.
(Detesto que me chama
de tiozão.)
O banheiro masculino
do Bar do Chinês é imundo. Baratas e o cheiro forte de urina sempre muda minha
rota para banheiro feminino.
Porra!!! Duas meninas nuas
atracadas no banheiro...
Talvez nessa delonga
eu tenha apertado o repeat quatro ou cinco vezes nesse maravilhoso álbum “The
Lions Roar”.
De ônibus rumo ao
Distrito, eu me assento perto da janela, à escuridão da noite é semelhante à
escuridão de dentro de mim, há luzes fracas que mal iluminam as ruas, há
traficantes, prostituições, há violência e algumas estrelas.
Adentro do meu lar,
meu refugio... Ligo a TV algo chama minha atenção. Será? É...
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