domingo, 1 de julho de 2012
Fiona Apple - 'The Idler Wheel...'
Quantas chances temos que dar para um álbum antes de descarta-lo
de vez? Era minha terceira vez naquela tarde sábado de sol
amarelo que não aquecia, de vento frio ininterrupto, de molecada jogando bola
na rua, do churrasco do vizinho...
Gostei da capa, porém confesso
minha inabilidade pra entender o significado de algumas coisas... Fiona Apple
está mais complicada do que era, sofisticada sempre, um pé no jazz sempre teve,
no entanto despreza os passos pop que aderiram Amy Winehouse, Adele, Duffy, etc.
Eu bebo, eu fumo, eu levanto...
Fiona ali presa no meu aparelho de som, não bebe, não fuma, numa obediência
religiosa e incomum. Se eu aperto a
tecla replay ela recomeça a musica novamente...Ah se fosse a Amy num chute
quebraria a gaveta do meu aparelho de som pegaria meus cigarros e a roubaria
minha bebida.
A campainha toca é meu vizinho que
trouxe um prato de um delicioso churrasco. Ofereço para Fiona que nem assim
para de cantar, penso em apertar o pause, no entanto desisto. Ela recomeça tudo
novamente:
... A campainha toca novamente,
abro os meus olhos nuvens discoidais
estampa o céu anil, um corredor envolto de trepadeiras cuspidarias de
flores rosas, de um cheiro forte porém agradável me acompanha nesse corredor
que parece não ter fim.
Nesse mundo surreal a voz oriunda
de Fiona me enlouquece e cada passo sua voz torna ainda mais alta e afinada.
Linda sorri com a certeza que este é seu melhor álbum, despida mostra-me
feridas semi curadas nos últimos sete anos que esteve ausente.
Cambaleia , oscila, despenteia,
porém, sua voz firme aquece o minuano que fere meu rosto sulcado e abatido.
Insisto onde esteve, mas, pisa fundo, acelera em seu carro sem rodas,
desaparece sobre a neblina espessa...
Fico novamente só...
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