domingo, 8 de julho de 2012

The Smashing Pumpkins - Oceania


The Smashing Pumpkins  Oceania

Depois da vitoria de Anderson Silva no segundo round sobre o falastrão Sonnen eu pensei em você. Juro não é um pensamento recorrente, mas, assistindo e testemunhando o rosto do derrotado eu me vi ali com aquela cara o dia que você foi embora.



Com um esforço sobrenatural eu consegui levantar do sofá, caminhei até geladeira e peguei uma latinha de cerveja. Desliguei a tv e apertei o Play do aparelho de som, talvez fosse a quinta vez no dia que eu ouviria aquele álbum.


Ok! Billy Corgan você me convenceu “Oceania” é um puta disco.

Então decidi escrever pra você ouvindo no volume no talo:



Você não tem ideia do estrago que você causou em mim quando decidiu ir, e indo, levou o que parecia fazer parte de mim e, por mais que eu procure  não consigo. Minha alegria não me pertencia e nem aquele aglomerados de amigos. Todos partiram...



Café frio e o vento que entra pela gelosia não incomodam tanto quando você transforma-se em solidão, um mundo de câmeras-lentas e repetições, de vultos e aparições, vozes e assombrações.


Não me aquece. Não me sinto aquecido... Há passos na cozinha e cheiro forte de gás, vestígios que você  esteve aqui  estão gravados em meu subconsciente, há fotografias na parede, há flores no jardim e um enorme buraco em mim.


Não há cura, não há remédios, não há milagres quando não acreditamos em nenhum santo, quando sujeitamos ajuda.

Café frio...

...Amargo.


Lucidez não me abandone nunca mais, não me deixe falar coisas que eu não sinto, não me deixe fazer coisas que eu não faço, não me deixe despir em publico outra vez ou tentar voar num salto trágico do telhado.

Não volte. Não volte nunca mais...

O sentimento mais vexatório que existe é o amor. E, eu também perdi e quando penso em você agora este sentimento é como ele nunca estivesse existido e, em minhas recordações sem amor você é a puta que pede pra ser fodida.


 Entre laços de línguas, o perfume e o frêmito da cama, entre as paredes que separava a gente do mundo, entre as orquídeas floridas na varanda e o rouxinol na gaiola, entre carro na garagem e roupas dependuradas no varal, entre o latido do cachorro no quintal e vigia noturno na rua. Seu gemido sobressaia, como vulcão preste a entrar erupção você gritava, contorcia, cravava suas unhas em minha costa, mordia meu pescoço...

Depois disso ficávamos quietos, respirando ou tentando respirar... Então ouvíamos o latido do cachorro, o canto do rouxinol e apito do guarda noturno coisas que não ouvíamos há minutos atrás.

Não fazíamos amor, fazíamos sexo da forma mais primitiva. Fazia o amor fazer sentido. E agora nada faz sentido e o vento frio que entra pela gelosia... Nada me aquece. Não me sinto aquecido.

Café frio...

... Amargo



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