O ressentimento que te falei
aquele dia, o dissabor e a intolerância. O rancor e a rouquidão das palavras
que deslizava da minha boca como um veneno mortal, do olhar torto que mirava
meia lua, da fumaça do cigarro, do vento contra e da noite fria.
Ainda me devoram o vazio, a
escuridão e a casa ao longe. Ainda me devoram a estrada, a viela e o escombro.
Ainda me devoram o dissabor, a intolerância e o vento contra.
Fixo em mim a ingratidão.
Insônia de estrelas amarelas e do
trem da madrugada. Baforada no cigarro e a tosse interminável. O riso quando
vem está sempre acompanhado com o desdém.
E as vezes que me sinto bem deixo o
sol iluminar a escuridão encravada em meu coração e a mentira borda um arco-íris
surreal perto da ponte...
Eu estou ouvindo aquele Álbum que você postou no Facebook como o melhor do ano:
The Sorry Shop – Bloody, Fuzzy, Cozy
É álbum temático que explora a
solidão, que umedece os olhos, que nos faz mordiscar os lábios repetidas vezes.
Levanto e sento como se a musica oriunda dessa pequena caixa de som ditasse o
que fazer:
It might be
easier to run away (Gone Again)
O amanhcer úmido e olhar febril
diante do espelho dependurado na parede no canto quarto, a guitarra feito navalha
dilacera o que foi real e que virou saudade. Amontoados de perdas, descalabros
espalhados pela casa inteira, ecos de palavras vis e o isolamento.
I couldn’t
let it go
I couldn’t
let it go
I couldn’t
let it go
I couldn’t
let it go away (Cinderblocks)
A musica “The Highway” é aclamada no
meu canal auditivo, e mesmo assim, o sorriso não vem. Amuado feito um cão que não
late mas, que carrega no olhar toda dor causada pela tortura da perca, acamado
feito um doente em fase terminal que
respira o ar quente que entra pela fresta da janela.
I wanna get
inside of you again
To show a
way that you understand (The Highway)
Bloody,
Fuzzy, Cozy é um Álbum amargo, desesperançoso, acrimonioso... Enfim, um grande
Álbum...
Sometimes, I’m down
Ouça na íntegra:
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