sábado, 29 de setembro de 2012

Radiohead - Kid A



Eu tenho submetido em coisas ridículas ultimamente como Show beneficiário com renda revertida ONG de protetores de animais, Shows de bandas covers, simpatizante dos vegetarianos, visitas em dezenas de igreja, cerveja sem álcool, audição do ultimo álbum do Green Day, leitura do Stephen King ou listar os trinta melhores álbuns de todos os tempos [(do ou da) Sinewave].

Engraçado a gente implora tanto pela chuva e quando chuva cai com todas suas combinações cinza depressivas, nostálgicas e sorumbáticas; com todo barulho dos trovoes, das buzinas dos carros num transito lento, do barulho do funk oriundo de algum carro enguiçado no encostamento, do barulho do trovão novamente...

... Eu volto pra casa tentando desviar das poças d’águas ainda com a voz do pastor ecoando em minha cabeça. Eu vou chegar em casa e abrir a geladeira mesmo sabendo que nada mudou. Ouvir Green Day novamente? 

Abro a geladeira. Fecho a geladeira. Ligo o computador “Facebook – Grupos – Sinewave”. Lá Aldo Hanel, Fernando Augusto, Al e Gontijo Mendes discutindo o melhor álbum de 2012.

Preciso conversar com alguém que seja carnívoro, alguém que tenha sua fé abalada ou melhor que nem fé possua. Alguém que tenha corpo desprovido de alma, alguém profano e miserável que se fere com próprio riso, cadavérico e doentio.

Bruna liga webcam, seminua e uma enorme tatuagem no braço direito, seu cabelo avermelhado, liso e comprido, porém preserva seu rosto propositalmente da webcam. Há marcas em seu pescoço e sua orelha nota-se um pequeno alargador.
_Oi. “Tecla ela deixando aparecer suas unhas compridas e decoradas”.
Antes de responder aperto o play e começa “Everthing In Its Right Place”. Lembro-me da primeira vez que ouvi este álbum (Kid A) a estranheza que ele me causou... Por mais que eu esperasse algo novo, inovador, revolucionário... Sei lá. O estrábico Thom Yorke e sua trupe me deixaram na mão. Eu fiquei tão perdido naquele assincronismo, daqueles barulhinhos que surgiam do nada, das microfonias afáveis, delicadas, etc.

Testemunhei sua impaciência ao demorar de responder o seu “Oi”.

_Você que realmente quer teclar comigo?
_Sim. “Respondi”.
_Você é casado?
_Não. Eu sou viúvo.
_Cê tá brincando... Quantos anos você tem?
_Quarenta.
_Ah Tá. Quarenta com a camisa do Arctic Monkeys.
Na verdade a visão que ela tinha de mim na sua webcam era essa mesma, uma camiseta preta escrita Arctic Monkeys em amarelo.

_Oras... Apercebi que você gosta de Rock. Quais suas bandas favoritas?
_Pearl Jam, Radiohead, Blur, Ramones... São tantas
_Radiohead???
_É, Radiohead até lançar a merda do Kid A.

Então, veio à tona a primeira vez que eu ouvi Kid A, o fatídico dia da primeira audição. Não recordo se o dia estava chuvoso ou ensolarado... Mas havia um clima todo de frustração nas rodas de amigos quando assunto era o Kid A. Não que eu não estivesse gostado, eu apenas não estava preparado e, somente quando o burburinho negativo alastrou de vez, eu me toquei , tem alguma coisa realmente boa nesse Kid A... Toda aquela dessincronização musical, aqueles barulhinhos que surgiam e morriam do nada, que davam vida a dezenas de outros barulhinhos que também morriam do nada, e, Thom Yorke o estrábico agonizando em forma de musica, requebrando suas agonias e remixando o seu vazio...

_??????????
Tornei a olhar para a tela do computador os pontos de interrogações, reparei também que Bruna tinha mudado a direção da webcam, não conseguia enxergar seus braços e nem seus cabelos avermelhados. O que eu enxergava agora eram peitos grandes e com mamilos rosados. Peitos com certeza com currículo extenso: amamentados, acariciados, chupados, apertados, violentados, mas acima de tudo peitos grandes e  rosados.
Passei e repassei as mãos nos meus olhos acreditando que um era maior que outro, um olhar típico Thom Yorke... Entende?

_Desculpe pela demora, é que eu “tava” admirando seus atributos. Sabe?
_E ai gostou?

Depois que ela teclou isso, com sua mão direita ela ergueu seu peito esquerdo e alçou seu corpo aproximando da webcam, tive impressão que seu mamilo ia sair da tela do computador e adentrar em minha boca bastante salivada.

Senti o meu saco encolher e as bolas retrair quando no meu fone começou “How To Dissapppear Completely”. E retornando naquele dia fatídico eu tive plena certeza que esse era maior álbum do Radiohead de todos os tempos, não importava quantos álbuns eles já tinham lançados no mercado e quantos eles ainda lançariam. Nenhum seria tão impactante como esse.

_E ai gostou? Teclou novamente a menina de cabelos avermelhados e seios fartos.
_Sim, sim, sim. É claro.
_Gostaria que eu fizesse mais alguma coisa.
Simultaneamente começou a introdução no meu fone  “Idioteque”.
_Sim.
_O que?
_Eu queria que você dançasse?
_Dançar?
_Isto.
_Eu não sei dançar.
_Dance de qualquer jeito.
Foi então que ela levantou-se, estava nua como imaginava e era linda como eu não imaginava.
Não preciso dizer que ela estática ali na frente da minha webcam, que tem uma captação horrível de imagem que ela era milhoes de  vezes mais linda que Thom Yorke porém, ela dançando dava significado a todos aqueles barulhinhos, microfonias, assincronismo, estrabismo... KID A É FODA. 
   

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