terça-feira, 4 de setembro de 2012

The XX - Coexist



Bem já faz alguns dias que leio artigos maravilhosos deste álbum. Talvez por isso não tive ainda curiosidade pra ouvir. 
Eu sou do contra.

 Outra coisa: achei o primeiro álbum bem chatinho.

Apesar de ter no meu celular “Coexist” to esperando poeira baixar e ouvir,  quando ninguém falar mais deste álbum...
...Este era meu plano inicial, porém num abuso, assédio moral, nervosismo, descontrole. Enfim, acidente...



Sou uma pessoa exageradamente emotiva, exageradamente perturbada, exageradamente desassossegada. Dono de olhar inquieto, gestos assombrados e passos alarmados.

 Fácil para o riso e fácil para o choro.

Então vêm suas palavras uma mistura de raiva e rancor. Atropela as vírgulas, acentuações e pontos. Seus olhos castanhos estão repletos de ódio, gotícula de sua saliva respiga em meu rosto ferindo-me, como fosse liquido altamente inflamável.

_Você não tem amigo. Você não é ninguém _ Esbraveja.

Eu me calo na esperança que isso  criasse uma barreira, um escudo, uma parede que me protegesse. Porém o meu próprio silencio me afoga, me enfraquece, me debilita... 

Fácil para o riso e fácil para o choro.

Uma coisa puxa outra, reação em cadeia. Entende?
Meu sangue quente escorre rapidamente e a dor agora é insuportável, a enfermeira me diz:
“Fique calmo”. Como se calma fosse algo palpável e ingerivel. Além do mais a enfermeira não era nada gostosa.

_Fique calmo... Vamos ter que aplicar uma anestesia no seu dedo – Disse o médico plantonista.
_Doutor posso ouvir  musica no meu celular enquanto você faz todo procedimento?  
Surpreso o jovem medico de olhos verdes autoriza.
A enfermeira ajeita o fone nos meus ouvidos.
_ O nome é este mesmo The Xis Xis (The X X ) ? Indagou a enfermeira com certa impaciência em fuçar na biblioteca do meu celular.
_Isto mesmo. Agora é só clicar em OK.

The XX

Coexist

Não sei ao certo se era o efeito da anestesia ou da musica que adentrava em meus ouvidos. Porém a dor cessou e as vozes do medico e da enfermeira ficaram distante, dando espaço ao lirismo delicado de Romy Madley Croft.
Testemunhei agulha enorme penetrando o meu dedo mindinho com a ponta esmagada e a trilha sonora Angels musica que abre o fantástico Coexist. Romy lastima em meios de camadas sonoras cortantes feito vento insistente numa tarde fria de inverno.



Observo o jovem medico de olhos verdes costurando o meu dedo mindinho enquanto uma lagrima faz o percurso lento pelo meu rosto, a dor maior vem de dentro, prolifera n´alma, destempero em forma de chuva, de um sábado de promessas descumprida pelo sol.
Sunset – É sinthpop pobre, falta recursos, improvisos... Eurythmics já fez isso melhor, mas, essa pobreza que me atrai, esses ritmos camuflados, essas batidas efêmeras que, nascem e morrem num piscar de olhos .


Alias o álbum inteiro é uma descoberta de sons e ritmos camuflados, sentimentos confusos, porém  nunca exaltados em piegas canções pop radiofônicas. Há melancolia até mesmo na batida do tambor de “Swept Away”.


_Roberval, Roberval... Você está bem?
Tontura, ânsia, pressão baixa... Vejo dois Sóis verdes aproximando.
Lateja, retumba, ecoa.


Coexist é hype é foda!!!

Um comentário:

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