Bem já faz alguns dias que leio
artigos maravilhosos deste álbum. Talvez por isso não tive ainda curiosidade
pra ouvir.
Eu sou do contra.
Outra coisa: achei o primeiro álbum bem
chatinho.
Apesar de ter no meu celular “Coexist”
to esperando poeira baixar e ouvir, quando ninguém falar mais deste álbum...
...Este era meu plano inicial, porém num
abuso, assédio moral, nervosismo, descontrole. Enfim, acidente...
Sou uma pessoa exageradamente
emotiva, exageradamente perturbada, exageradamente desassossegada. Dono de
olhar inquieto, gestos assombrados e passos alarmados.
Fácil para o riso e
fácil para o choro.
Então vêm suas palavras uma mistura
de raiva e rancor. Atropela as vírgulas, acentuações e pontos. Seus olhos
castanhos estão repletos de ódio, gotícula de sua saliva respiga em meu rosto
ferindo-me, como fosse liquido altamente inflamável.
_Você não tem amigo. Você não é ninguém _ Esbraveja.
Eu me calo na esperança que isso criasse uma barreira, um escudo, uma parede
que me protegesse. Porém o meu próprio silencio me afoga, me enfraquece, me
debilita...
Fácil para o riso e fácil para o choro.
Uma coisa puxa outra, reação em
cadeia. Entende?
Meu sangue quente escorre
rapidamente e a dor agora é insuportável, a enfermeira me diz:
“Fique calmo”. Como se calma fosse
algo palpável e ingerivel. Além do mais a enfermeira não era nada gostosa.
_Fique calmo... Vamos ter que
aplicar uma anestesia no seu dedo – Disse o médico plantonista.
_Doutor posso ouvir musica no meu celular enquanto você faz todo
procedimento?
Surpreso o jovem medico de olhos verdes
autoriza.
A enfermeira ajeita o fone nos meus
ouvidos.
_ O nome é este mesmo The Xis Xis
(The X X ) ? Indagou a enfermeira com certa impaciência em fuçar na biblioteca
do meu celular.
_Isto mesmo. Agora é só clicar em
OK.
The XX
Coexist
Não sei ao certo se era o efeito da anestesia ou da musica
que adentrava em meus ouvidos. Porém a dor cessou e as vozes do medico e da
enfermeira ficaram distante, dando espaço ao lirismo delicado de Romy Madley
Croft.
Testemunhei agulha enorme penetrando o meu dedo mindinho
com a ponta esmagada e a trilha sonora Angels musica que abre o fantástico
Coexist. Romy lastima em meios de camadas sonoras cortantes feito vento
insistente numa tarde fria de inverno.
Observo o jovem medico de olhos verdes costurando o meu
dedo mindinho enquanto uma lagrima faz o percurso lento pelo meu rosto, a dor
maior vem de dentro, prolifera n´alma, destempero em forma de chuva, de um sábado
de promessas descumprida pelo sol.
Sunset – É sinthpop pobre, falta recursos, improvisos... Eurythmics
já fez isso melhor, mas, essa pobreza que me atrai, esses ritmos camuflados,
essas batidas efêmeras que, nascem e morrem num piscar de olhos .
Alias o álbum inteiro é uma descoberta de sons e ritmos
camuflados, sentimentos confusos, porém nunca exaltados em piegas canções pop
radiofônicas. Há melancolia até mesmo na batida do tambor de “Swept Away”.
_Roberval, Roberval... Você está bem?
Tontura, ânsia, pressão baixa... Vejo dois Sóis verdes
aproximando.
Lateja, retumba, ecoa.
Coexist é hype é foda!!!
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