sábado, 1 de outubro de 2011

Quarto Negro - Desconocidos



Confesso que conheci está banda duas semanas atrás. Através de um vídeo postado no Facebook e, procurando informações descobri que um dos membros fez parte do Ludovic, aguçou a vontade de ouvir e, ouvindo fiquei com certeza, é o melhor álbum nacional de 2011. Como esse blog não é sobre resenha o que prossegue abaixo são minhas viagens com meu mp4. 


Vinte duas horas meu corpo exaurido implora pela cama que ainda, desarrumada e envolto vestígios da ultima insônia: cinzas de cigarros e latas de cervejas. Eu tento e não consigo, dormir tornou-se um desafio.
Ganho a noite com passos curtos e poucas estrelas. Acho que vai chover...


Um dia eu mudo
Eu juro, eu juro


Ajeito o fone no meu ouvido no mesmo instante que um relâmpago divide o céu em duas partes: em duas partes escuras. Já não há mais estrelas e o vento contínuo me empurra numa falta de educação incrível. De repente  as luzes apagam se, talvez um raio, uma árvore ou um carro... Sei lá.

...Eu não posso mais beber das canções erradas
que você me trouxe...

Penso em voltar mas, o vento não deixa, uma sacola plástica bate em meu rosto.


Cabe a mim te orgulhar
a minha dor transforma a calma
em ironia, ironia


Quando o mar não vem by quartonegro


Um carro vira esquerda sem ao menos dar seta. A luz voltou...

E amanheci o dia eu não dormi
respondo por alguém
que não sou eu
me solta pra que eu possa cair
Socorro by quartonegro

Não consigo desvencilhar da chuva, os passos agora são largos bem próximo de uma correria. Abrigo me no ponto de ônibus. Já fazia um tempo que não compartilhava um segundo se quer com chuva. Sempre bem protegido com um guarda-chuva gigantesco.

Llucmajor by quartonegro

O que foi que a gente fez por merecer

Do medo ao medo by quartonegro


Tiro fone então eu, ouço os pingos da chuva. Não sei o motivo mas, a chuva deixa-me introspectivo e minhas lembranças são pontiagudas. Recusas e reprovações nos rostos dos progenitores. Isolação é o eterno castigo de não possuir no corpo um encaixe lego. A chuva transformou-se em sereno frio. Coloco o fone novamente...

Em cada palavra que escrevo
tem seu nome, seu rosto, seu nome
mande noticias mesmo que ruins
um dia...

Vesânia I (Cabo Horn) by qvartonegro


Deparo me com uma rua alagada e, sem vontade nenhuma de retroceder atravesso. Ratos repugnantes, sapos enormes e baratas voadoras todos na mira de minha  visão imaginaria.
O inverso de mim ri desenfreadamente e os meus pés estão molhados, não há calor em meus braços vazios, não há palavras na boca sem saliva, não há vida no corpo que caminha, não há nada aqui. Não há nada em mim.

Me lembro bem
Um corpo em pleno retrocesso
Eu ainda sinto sua ausência,
Ainda sinto você nos meus braços

E agonia de ficar sempre assim
Me leva pra qualquer lugar
Pois mesmo sóbrio
Me entrego fácil, mas custa pra admitir...
Vesânia II (Delírio mútuo) by qvartonegro



O pio da coruja me apavora, ela me segue a noite inteira no chão ou no topo de um poste. Mau pressagio, mau agouro. Gesticulo com meus braços numa tentativa frustrada de espanta-la.

Sob o vento não se move
assim sustenta todo o brilho
E, veio assim tão diferente
no meu silencio vendaval

Seu conforto te alivia
Por quê não vem morar comigo?
E veio assim tão de repente
Hoje te espero pro jantar...

Perfume solto by quartonegro

Engraçado, minhas andanças sempre termina no mesmo lugar:
_E ai Rober. Já pediu?
_Não. Uma cerveja.


Não vai embora
das fases que a gente já passou
Hoje voltamos tudo ao começo
Não, não demora 
Noites que eu não posso imaginar

Desconocidos by quartonegro
















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