s.o.m.a.
deus ex machina
Recém-chegado
de uma casa noturna e, uma forte dor de cabeça precoce de uma ressaca inevitável...
Lembro-me de uma banda chamada The Volts garotos de treze e quatorze anos
tocando clássicos do Rock (AC/DC, Kiss, Metallica...). No entanto quando eles
tocaram “Born to Be wild” algo chamou
atenção dos meus olhos castanhos, uma mina de cabelo vermelho talvez, beirando
aos vinte anos gritando em plenos pulmões “Born to be Wild”.
Voltei pro
bar com uma certeza que a selvageria nunca me trouxe nada de bom, porém, é
tarde pra mudar isso...
Na terceira
cerveja a mina de cabelo vermelho encosta no balcão e pede uma “Smirnoff Ice”,
só então reparei no piercing em seu nariz e, um alargador 4 mm na sua orelha
direita. Nunca assumi ser um selvagem e jamais me enchi de acessórios e bebida
ice(s). A camiseta com a estampa do Slipknot e a tatuagem de uma bruxinha
voadora acima do seu seio esquerdo, prontamente reacendeu em mim o que sempre
fui... Born to be Wild.
Cambaleando
e sem sono. A dor de cabeça é mesmo terrível, no entanto, confesso sabia
que seria assim...
s.o.m.a.
deus ex machina
Aperto o
play quase que simultaneamente enquanto me assento na poltrona. Respiro fundo e
faço um alongamento com os braços pra cima demoradamente. Nada adianta,
continua tudo girando.
Baixei este
álbum já faz dois dias e sempre me apago na primeira música. Sei lá... Agora
estou pronto.
Dogma –
sinceramente eu quase que apago novamente na introdução. Levanto-me vou até a
estante passo lentamente o dedo indicador nos livros conferindo os títulos que
estão em ordem alfabética mesmo com certeza que não lerei nenhum. Dogma é uma
música de varias camadas diferente que em determinado momento tudo se encontra.
Moirae – é tensa
e pesada. Alguma coisa nessa musica deixa-me inquieto, mesmo quando tento ficar
imóvel algum músculo do meu corpo continua movendo. Há percussões tribais com
aparatos eletrônicos. Abro janela mariposas de coloridos raros rodopiam
freneticamente em volta da iluminaria do poste da rua, como se a música que eu
ouço interferisse em suas coreografias. Há uma pequena pausa. Depois o peso e a
tensidade estão de volta... As mariposas de coloridos raros vão caindo no chão
já sem vida.
Through a
glass darkly – tem um inicio calminho, acompanha me até o banheiro ainda
perplexo com as mariposas sem vida. Um suspiro de alivio e, como se fosse uma
cachoeira de águas cristalinas eu descarrego litros de cervejas. Lavo as mãos ao
mesmo tempo em que olho para o espelho, que aparência horrível, a barba com
quase dois meses de vida, cerca viva do meu rosto castigado com sinais
impiedosas das acnes da adolescência. Irrompem gritos angustiantes na sala
Through a glass darkly é a musica. Vou pra cozinha abro a cerveja. Sei lá
parece que tem alguém agonizando na sala.
.g – minha
dor de cabeça sumiu e, eu nem percebi...
The myth of
sisyphus – de volta a sala encontro a
mina de cabelo vermelho, com piercing no nariz e alargador 4mm na orelha direita.
Sorri... Smirnoff Ice nas mãos e dezenas
de bruxinhas voadoras em volta dos seus seios nus. Ela continua sorrindo,
sorrindo até a musica terminar... PHODA.
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