domingo, 23 de outubro de 2011

s.o.m.a. - deus ex machina




s.o.m.a.

deus ex machina

Recém-chegado de uma casa noturna e, uma forte dor de cabeça precoce de uma ressaca inevitável... Lembro-me de uma banda chamada The Volts garotos de treze e quatorze anos tocando clássicos do Rock (AC/DC, Kiss, Metallica...). No entanto quando eles tocaram “Born to Be wild” algo  chamou atenção dos meus olhos castanhos, uma mina de cabelo vermelho talvez, beirando aos vinte anos gritando em plenos pulmões “Born to be Wild”.
Voltei pro bar com uma certeza que a selvageria nunca me trouxe nada de bom, porém, é tarde pra mudar isso...



Na terceira cerveja a mina de cabelo vermelho encosta no balcão e pede uma “Smirnoff Ice”, só então reparei no piercing em seu nariz e, um alargador 4 mm na sua orelha direita. Nunca assumi ser um selvagem e jamais me enchi de acessórios e bebida ice(s). A camiseta com a estampa do Slipknot e a tatuagem de uma bruxinha voadora acima do seu seio esquerdo, prontamente reacendeu em mim o que sempre fui... Born to be Wild.
Cambaleando e sem sono. A dor de cabeça é mesmo terrível, no entanto, confesso sabia que seria assim...

s.o.m.a.

deus ex machina


Aperto o play quase que simultaneamente enquanto me assento na poltrona. Respiro fundo e faço um alongamento com os braços pra cima demoradamente. Nada adianta, continua tudo girando.
Baixei este álbum já faz dois dias e sempre me apago na primeira música. Sei lá... Agora estou pronto.

Dogma – sinceramente eu quase que apago novamente na introdução. Levanto-me vou até a estante passo lentamente o dedo indicador nos livros conferindo os títulos que estão em ordem alfabética mesmo com certeza que não lerei nenhum. Dogma é uma música de varias camadas diferente que em determinado momento tudo se encontra.

Moirae – é tensa e pesada. Alguma coisa nessa musica deixa-me inquieto, mesmo quando tento ficar imóvel algum músculo do meu corpo continua movendo. Há percussões tribais com aparatos eletrônicos. Abro janela mariposas de coloridos raros rodopiam freneticamente em volta da iluminaria do poste da rua, como se a música que eu ouço interferisse em suas coreografias. Há uma pequena pausa. Depois o peso e a tensidade estão de volta... As mariposas de coloridos raros vão caindo no chão já sem vida.

Through a glass darkly – tem um inicio calminho, acompanha me até o banheiro ainda perplexo com as mariposas sem vida. Um suspiro de alivio e, como se fosse uma cachoeira de águas cristalinas eu descarrego litros de cervejas. Lavo as mãos ao mesmo tempo em que olho para o espelho, que aparência horrível, a barba com quase dois meses de vida, cerca viva do meu rosto castigado com sinais impiedosas das acnes da adolescência. Irrompem gritos angustiantes na sala Through a glass darkly é a musica. Vou pra cozinha abro a cerveja. Sei lá parece que tem alguém agonizando na sala.

.g – minha dor de cabeça sumiu e, eu nem percebi...

The myth of sisyphus – de volta a sala encontro  a mina de cabelo vermelho, com piercing no nariz e alargador 4mm na orelha direita. Sorri...  Smirnoff Ice nas mãos e dezenas de bruxinhas voadoras em volta dos seus seios nus. Ela continua sorrindo, sorrindo até a musica terminar... PHODA. 
Deus Ex Machina by s.o.m.a.

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