terça-feira, 3 de maio de 2011

Fiodor Dostoiévski - Crime e Castigo



Se você não leu, certamente já ouviu falar. Crime e Castigo, do russo Fiódor Mikháilovitch Dostoiésvski, foi publicado pela primeira vez em 1866 e foi o primeiro romance do autor traduzido para línguas da Europa Ocidental.
O livro relata a angústia e o sofrimento vividos por Ródion Románovitch Raskólnikov, um jovem estudante de direito que se vê marginalizado pela falta de dinheiro. Após ter cometido o assassinato de duas mulheres: Alena Ivánovna, uma velha usurária, a quem Raskólnikov empenhava alguns objetos para obter dinheiro para sua sobrevivência e Isabel Ivánovna, irmã da usurária, também assassinada, por estar no lugar e hora erradas.
A história, que se faz interessante já pela originalidade seu enredo central, é uma das obras mais importantes da literatura mundial por ser um verdadeiro ensaio psicológico das personagens, uma qualidade ímpar dos escritores russos.
A trama, à primeira vista, é um romance policial: descobrir um assassino. Assassino esse que está revelado ao leitor desde o início. Seria um romance policial comum se a narrativa não se fizesse transcorrer numa teia envolvente de personagens e tramas paralelas capazes de prender o leitor não mais para a resolução do caso, mas para a resolução dos dramas humanos que o autor propõe.
Sem dúvida, trata-se de uma história única capaz de produzir sentimentos diversos e intensos para quem a lê. E se você ainda não está convencido sobre a importância deste livro basta dizer que Crime e Castigo é considerado por muitos, e importantes críticos literatos, como o grande romance de todos os tempos. Então, meu amigo, se você ainda não leu, trate de sair da frente deste computador e corra a uma livraria, sebo ou até mesmo para a coleção de livros velhos e empoeirados do vovô e extasie-se pela trilha intrincada de ações e sentimentos que é você: ser humano.







Trechos:
A pequena porta, denegrida pelo fumo, que havia ao fim da escada estava aberta.
Uma lamparina iluminava um quarto paupérrimo, dos seus dez passos de largura, tão
pequeno que se via todo do patamar. Ali tudo era desordem e confusão; viam-se
principalmente várias peças de roupa de criança. No canto do fundo, uma cortina cheia de
buracos. Atrás dela, ocultar-se-ia a cama, provavelmente. Em todo o quarto havia apenas
duas cadeiras e um divã derreado e coberto com um oleado em muito mau estado e, à frente
dele, uma mesa de cozinha, de pinho, velha, sem pintura nem nenhuma cobertura.

Trechos:
Eu queria dizer também, quando tu me interrompeste, que pensavas muito bem, há
pouco, ao dizeres que não querias conhecer estes mistérios e estes segredos. Deixa-me em
paz por agora, não me perturbes. Hás de saber tudo a seu tempo, sobretudo quando for
preciso. Ontem um indivíduo disse-me que o homem precisa de ar, ar, ar. E eu quero ir
imediatamente à sua procura para que ele me explique o que é que queria dizer com isso.

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