domingo, 22 de maio de 2011

Jj72

Bem, hoje vou escrever  do segundo disco que Cristina mais gostava. Devo lembrar que o forte resfriado que me acamou resumiu agora em apenas em espirros outrora, numa tosse sem prolongas.
Engraçado, ainda não consegui acostumar com domingo depois que, fiquei viúvo. Domingo é disparado o pior dia para um recém viúvo. Tomei uma xícara café e decidi então, podar as samambaias da varanda, esconderijos prediletos dos pernilongos que tanto me tormenta a noite inteira, no corredor na lateral da casa há seis vasos de orquídeas de diferentes espécies, eram as flores que Cristina mais gostava e por isso hoje tenho o maior zelo por elas.

Jj72
Foi a ultima descoberta de Cristina no mundo do rock. O interessante que Cristina descobriu o jj72 nas minhas coisas. Putz. Esqueci de mencionar que em novembro de 1995 nós nos casamos. Um casamento simples e com poucos convidados.
Eu, recém completado 21 anos e Cristina com apenas dezesseis. Bela, linda e com uma enorme barriga de uma gravidez precoce. Você se lembra Cristina aonde quer que você esteja agora. Como éramos imaturos e inconseqüentes? Você se lembra que todas as pessoas que nos rodeavam queriam mostrar uma direção pra gente seguir? E nós não tínhamos direção alguma, íamos à direção que o vento soprasse...

Oxygen foi a musica que conquistou Cristina talvez, o clipe que ela encontrou nas fitas de VHS que eu ficava gravando nas madrugadas da MTV Latina.
_Nossa Roberval. Aquela banda JJ72 que você gravou ontem, Oxygen, que musica hein! Sem falar do clipe.

_Jj72?
_É, aquele que no final do clipe o vocalista quebra tudo como se fosse o Kurt Cobain.

Cristina vasculhava todas as minhas coisas, eu sabia que isto não ia dar certo um dia, simplesmente porque eu não gostava daquilo.
_Sabe eu gravo tantas coisas na madrugada que Jj72 eu não to me recordando agora.
Dois dias depois:
_Rober... Obrigado você gravou agora October swimmer do Jj72.
_É,é,é,é, eu gravei...

Na verdade eu nem sabia que eu tinha gravado, a única certeza que eu tinha é que Cristina fuçava muito nas minhas coisas e, isto não me agradava.
Porém depois dessa noite comecei a prestar atenção no que eu gravava e nada de Jj72.
Eu poderia rever as minhas gravações VHS das noites anteriores. No entanto eu sempre estava cansado. Trabalhar na produção de uma multinacional não é fácil. Gravava todos os programas da madrugada numa promessa que um dia assistiria todas aquelas fitas.
Na verdade eu só conheci o Jj72 como uma gravação que Cristina conseguiu com um amigo duma apresentação ao vivo no festival V.

Eu acho que o franzino Mark Greaney sempre quis ser o novo Kurt Cobain e para sua própria decepção ele aproximou  de outro americano Billy Corgan.
Musicalmente o Jj72 me agrada muito. É uma pena que tenha durado tão pouco.
Cristina eu juro pra você que, vasculhei todas aquelas fitas VHS. Desculpe por não ter vasculhado antes pois, só agora que você não está mais presente eu descobri uma banda realmente boa.


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